Se você tem dois ou mais filhos que fazem aniversário em datas próximas já deve ter passado pelo dilema “fazer ou não uma festa só”. É uma decisão muito pessoal, que envolve uma série de fatores, mas gostaria de passar a minha experiência como filha e como mãe. Já ouvi algumas pessoas falarem que têm trauma de infância porque nunca tiveram uma festa sozinha, mas eu tive muitas festas com meus dois irmãos e sou muito feliz por isso. Minha irmã é a filha mais velha, nasceu no início de abril, dois anos depois nasceu meu irmão, no início de maio, e dois anos depois eu nasci no fim de maio. Ou seja, escadinha, de dois em dois anos entre abril e maio. Quando éramos pequenos meus pais faziam sempre uma festa só para os três, normalmente no início de maio que era o meio do caminho.

Algumas mães ficam perdidas em relação ao tema, envolvendo idades diferentes e sexos diferentes, mas existem muitos temas unissex bacanas. Tivemos festa de “Três Porquinhos”, “Sítio do Picapau Amarelo”, “Festa Junina”, “Halloween” etc. As festas eram sempre no play dos meus pais, festinha estilo anos 80, com buffet de salgadinhos, bolo retangular de chocolate com calda, brigadeiros enrolados em casa e toda a decoração feita pela minha mãe. Eu não fiquei traumatizada, muito pelo contrário. E perguntei para meus irmãos outro dia e eles também não ficaram. Guardo ótimas recordações das festas, das brincadeiras, das decorações feitas com tanto carinho, da família que vinha de longe para nos abraçar e comemorar. Acho que tudo isso fez com que eu acabasse me tornando uma mãe festeira e que gosta de colocar a mão na massa (com a ajuda da superavó). Não me lembro exatamente até quando as festas foram triplas, mas me lembro que com uns nove anos eu já tinha festas sozinha, com um perfil diferente. Era festa na piscina (naquela época os condomínios deixavam. Saudades disso!!) com strogonoff e batata frita, às vezes com um desfile de moda das meninas (vergonha alheia, rsrsrsrs) e com futebol e queimado. Depois as festas passaram a ser de matinê, com lambada (sim, sou dos anos 80!!) ou discoteca. Enfim, tive uma infância feliz, bem comemorada e dentro das possibilidades dos meus pais. E mesmo depois de adolescente comemorei diversos aniversários junto com meu irmão, dois anos mais velho, pois tínhamos muitos amigos em comum.

Por essa minha experiência pessoal sempre quis ter filhos com datas de nascimento próximas para poderem fazer festas juntos. Eu adoro comemorar! Meu marido brinca que na minha família a gente procura uma desculpa para cantar parabéns e ter um bolo e faz isso até no Dia das Mães, na Páscoa etc. Ele acha graça. Eu acho que é uma forma de celebrarmos a vida e agradecermos por termos saúde e termos uns aos outros. Desde o primeiro ano do Luca comemoramos com festa. Aliás, desde o chá de fraldas. Quando pensamos em engravidar do segundo planejamos para a mesma época do nascimento do Luca porque eu achei uma época boa de se estar grávida e assim eles fariam aniversário próximo. Luca nasceu em 4 de novembro, engravidei em fevereiro e não peguei o verão com barrigão. Foi tudo planejado e consegui engravidar no fim de janeiro e o Enrico nasceu em 24 de outubro, 11 dias antes de o Luca fazer quatro anos.

Na comemoração de um ano do Enrico e cinco anos do Luca consegui fazer uma festa só para os dois. São só 11 dias de diferença, mas eu acho que faria uma festa só mesmo que fossem alguns meses. Já falei sobre ela aqui no blog, foi a festa das Tartarugas Ninja e da tartaruguinha. Dei uma adaptada no tema para não ficar com cara de festa de cinco anos apenas. Resolvi comprar dois bolos para que cada um tivesse o seu bolo. Não sei se as crianças ligam para isso, eles não tinham me pedido, mas achei que seria algo bacana. A festa foi ótima. Pudemos chamar quem queríamos, pois não tinha muito limite já que a festa era no play, então não tem restrição de cobrar por idade ou limitação de espaço como nas casas de festas. Aliás, sempre fizemos as festas no play, com cara de festa de antigamente, buffet simples, decoração caseira e animação (que eu acho fundamental para entreter as crianças). Como a diferença de idade faz com que as brincadeiras sejam bem diferentes nessa fase de bebês e crianças maiores, a animação fez dois espaços com focos diferentes e deu super certo.

festa de irmãos

Depois da festa, pensei: “Ótimo! Tudo deu certo! Os meninos gostaram. Maravilha! Podemos fazer assim todo ano!”. Mas dois fatores melaram meus planos:

1 – Meus pais se mudaram. Sempre fizemos as festas no play deles por não morarmos em prédio com play. Eles se mudaram para um prédio também com play, cheio de brinquedos, mas com menos área coberta, um salão menor, o que restringe as nossas possibilidades em caso de chuva e, na época do aniversario dos meninos – fim de outubro e novembro inteiro – costuma chover. Ou seja, poderíamos continuar fazendo as festas no play dos vovós, mas não daria para chamar tanta gente porque em caso de chuva não caberiam os adultos, as crianças e mais a animação no salão. E como se faz festa para dois com pouca gente? Só as turminhas de cada um da escola e os amigos mais próximos já extrapolam o limite.

2 – Luca, meu mais velho, quis um futebol na festa de seis anos. Como se faz um futebol em uma festa para 100 pessoas e mais de 50 crianças? Impossível… O futebol acabaria sendo parte da animação, mas não o protagonista, que era o desejo dele.

Então as festas de 6 anos do Luca e de 2 anos do Enrico precisaram ser separadas. Para o Luca, a ideia inicial era levar apenas alguns amigos para o clube e passar o dia jogando futebol, mas ele estava no último ano da creche e o ano chegando ao fim, eu não me conformava em não ter todas as crianças da turma comemorando com ele e consegui adaptar a ideia para um futebol com piquenique no play dos meus pais. A coisa boa da mudança foi que o play novo tem quadra de futebol, que não tinha no antigo. Mas para fazer duas festas em datas tão próximas não poderiam ser duas festas tradicionais com buffet e orçamento caprichado. Acabamos optando então por fazer algo mais simples para o mais velho, que afinal já tinha tido quatro festas caprichadas sozinho e uma caprichada com o irmão. Foi simples, mas muito divertido e agradável. Fiz uma decoração menor na mesa do bolo, mas que ficou uma gracinha. Foi a festa de futebol, que já postei aqui no blog. Contratei uma animação mais barata, mas que foi um grande sucesso e fez o campeonato de futebol que ele tanto queria com várias outras brincadeiras. Convidamos apenas os amigos da escola (com os pais), os familiares mais próximos e poucos amigos nossos. Em vez do buffet fizemos um esquema piquenique na churrasqueira para ficar mais descontraído do que no salão de festas. Minha sogra fez cachorro quente e canja (as crianças da creche amavam), minha mãe fez duas saladas para os adultos. Fizemos pipoca, pão de queijo, sanduíches e um esquema self service para comidas e bebidas. Ah, fiquei com medo da chuva atrapalhar o futebol e acabei antecipando a festa, em vez de fazer perto de 4 de novembro, que é a data do aniversário dele, marquei para 12 de outubro, que era Dia das Crianças e um feriado que caiu numa quarta-feira. Foi uma ótima maneira de as crianças comemorarem seu dia!

Já os dois anos do Enrico tiveram um formato de festa tradicional, mas pocket. Diminuímos o número de convidados, infelizmente deixando algumas pessoas que convidamos em todos os anos anteriores de fora… Mas teve buffet, decoração mais caprichada feita por mim e pela minha mãe, animação bacana e muita alegria! Foi a festa de dinossauro da qual eu já falei aqui no blog também.

Este ano ainda não decidimos o que vamos fazer, não vai dar para fazer uma festa só de novo por conta do risco de chuva e limitação de espaço, mas uma certeza eu tenho: não vai faltar comemoração! Enquanto o mais velho me permitir fazer festas para ele eu vou fazer. Depois vai virar mico até ele começar a fazer as festinhas sozinho, sem pais, e quem sabe nessa fase ele não se anima de comemorar com o irmão? Eu vou adorar!

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