(Post originalmente escrito em 7 de junho de 2017)

Os grupos de mães virtuais ou físicos estão cada vez mais impregnados de intolerância, comparações, críticas, egoísmo. É impressionante como mulheres que exercem o mesmo papel não conseguem se solidarizar umas com as outras. Será que é tão difícil entender que cada mãe é a melhor mãe que pode ser para seus filhos? A maternidade é o maior desafio de nossas vidas e nós buscamos o nosso melhor, mas somos diferentes umas das outras. Outro dia, assisti com um superatraso ao filme “O Quarto de Jack”. Se você ainda não tiver visto, vale assistir e depois voltar aqui para ler o texto, pois tem spoiler.

O filme é forte, mexe muito com quem é mãe porque conta a história de uma menina de apenas 17 anos que foi sequestrada e passou a viver em cativeiro. Em um pequeno quarto no jardim de seu sequestrador ela engravidou dele e teve um filho, o Jack que dá nome ao filme (na verdade originalmente é um livro). Quando Jack faz cinco anos, a mãe tem 24 e elabora um plano para que ele fuja do cativeiro.

O menino nasceu naquele quarto e nunca viu o mundo lá fora. Não sabe o que são janelas e só conhece o céu visto de uma claraboia no teto com pé direito alto. Ele só convive com a mãe e vê o sequestrador todas as noites (escondido de dentro do armário) quando ele faz as visitas de rotina à cama da sequestrada. É incrível imaginar a vida de alguém que nasceu em cativeiro. Não conhece pessoas, animais, objetos básicos do nosso dia a dia. Tudo o que ele pensa saber sobre o mundo lá fora vem da televisão. Mas ele não sabe o que é personagem e o que é realidade. Vendo a relação mãe e filho você admira muito aquela mulher. Como ela consegue educar e criar uma criança naquela situação?

A Fuga

No momento em que decide planejar a fuga do filho, mais uma vez, sua atitude é admirável. Ela corre riscos e também arrisca a vida do filho, mas a gente entende que é um momento decisivo, ou vai ou racha. Eles não podem mais viver naquela situação.

Quando a fuga dá certo e o filho consegue até resgatar a mãe a gente pensa que o filme acabou, que ficou tudo bem, mas ele ainda está na metade. A readaptação da mãe e a apresentação do filho à vida real são difíceis, dolorosas e dramáticas. E um dos principais fatores que dificultam essa adaptação é a crítica da sociedade.

No quarto, mãe e filho eram apenas mãe e filho, longe dos olhares da mídia, dos vizinhos e até dos familiares (o avô não consegue aceitar o neto). Fora do quarto, a mãe de Jack precisa lidar com o fato de que ela não é só mãe, é também filha e sua mãe viveu a privação de sua maternidade quando a menina foi sequestrada. Além disso, tem o fato de que Jack é filho de um estupro. Ele não é só filho da mãe, tem um pai também na história e a mãe tem dificuldade de reconhecer isso e pensar em como será se um dia ele quiser se aproximar do pai ou o pai quiser se aproximar dele.

Um dos momentos mais marcantes dessa crítica à maternidade exercida pela mãe de Jack é quando uma repórter pergunta se ela não havia pensado em pedir para o sequestrador deixar o filho, quando nasceu, em algum lugar, para alguém cuidar. A repórter dá a entender que a mãe foi egoísta em manter o filho no cativeiro. Foi cruel e deixou a mãe tão deprimida que tentou o suicídio, algo que ela não tinha tentado nem quando estava em cativeiro. Em vez de dar a tal “chance ao filho” que a repórter defendia, que na verdade poderia não ser uma chance, pois não se sabe o que o sequestrador faria com a criança. Ela criou o menino, educou, deu a ele a oportunidade de ter uma mãe em vez de ser abandonado por mãe e pai e foi a melhor mãe para ele que poderia ser naquelas condições. Uma mãe que não teve tempo de se preparar para a maternidade e que ainda sofria por ter sido roubada de seus pais. Uma mãe admirável! Um papel tão complexo e tão marcante que a atriz, Brie Larson, inclusive venceu o Oscar de melhor atriz com o filme.

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